EPE: Consumo de combustíveis em 2022 deve sofrer efeitos da escalada de preços

11/04/2022

Por Gabriela Ruddy - Valor Econômico

O consumo de combustíveis no Brasil em 2022 deve sofrer efeitos negativos da escalada de preços e das menores expectativas do mercado para a economia brasileira, aponta a atualização bimestral para o mercado da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Nos últimos meses, os preços dos combustíveis têm sofrido os efeitos do aumento dos preços internacionais do petróleo e do gás com a guerra da Ucrânia.
Ainda assim, a EPE estima que o mercado de combustíveis deve se recuperar ao longo de 2022 dos efeitos da pandemia e retornar, este ano, aos níveis de 2019, antes da crise sanitária.
Em janeiro e fevereiro, a demanda por combustíveis líquidos no Brasil cresceu 1,1% nos meses de janeiro e fevereiro de 2022 em relação a iguais meses no ano anterior. A alta foi puxada principalmente pelas vendas de óleo diesel e gasolina, segundo a EPE.
A EPE projeta que em 2022 as vendas de óleo diesel ficarão em 62,6 bilhões de litros, um aumento de 0,8% na comparação com o ano passado. O órgão aponta que a produção agrícola, favorecida pelo bom momento das commodities no mercado internacional, deverá impulsionar o transporte e, consequentemente, o consumo do óleo diesel.
Já a demanda por gasolina deve ficar estável em relação a 2021, em 39,3 bilhões de litros. Segundo a EPE, pode haver perda de participação de mercado da gasolina para o etanol hidratado este ano.
No caso do querosene de aviação, a expectativa é de um consumo de 5,5 bilhões de litros em 2022, aumento de 25% em relação a 2021, mas ainda abaixo dos 7 bilhões de litros consumidos em 2019, antes da pandemia.
A EPE lembra que a variante ômicron da covid-19 afetou o setor aéreo no começo de 2022 e que, além da crise sanitária, as vendas de combustíveis de aviação têm sido afetadas pelo aumento dos preços das passagens aéreas e pelo real desvalorizado, o que tem desestimulado viagens, principalmente em rotas internacionais.
Outro combustível que tem sofrido efeitos do aumento dos preços é o gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha. Segundo a EPE, muitas residências brasileiras reduziram o consumo ou optaram por substituí-lo, especialmente em famílias de baixa renda, nos últimos meses. Entretanto, a EPE acredita que a disseminação de programas de transferência de renda para auxílio na compra de botijões por famílias de baixa renda deve ajudar o combustível a ter um leve aumento no consumo ainda este ano, com 7,5 bilhões de litros de demanda, ante os 7,4 bilhões de litros de 2021.
 


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