Consumo de combustível tem recuperação no 1º semestre

29/07/2021
Fonte: Valor Econômico
André Ramalho — Do Rio
Dentre os principais produtos, exceção é querosene de aviação, aponta levantamento da ANP
O consumo de combustíveis fechou o primeiro semestre com sinais de recuperação no Brasil, em relação a igual período do ano passado, entre praticamente todos os derivados, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP). A exceção ficou por conta do querosene de aviação (QAV), cujas vendas ainda seguem impactadas pelo enfraquecimento da demandapor transporte aéreo durante a pandemia.
Os números da ANP mostram, no entanto, que a melhora do mercado doméstico ainda não significa uma plena retomada da comercialização de combustíveis, aos níveis pré-pandemia, para a maioria dos produtos.
O diesel segue como o grande destaque positivo. O consumo do derivado cresceu 11% nos seis primeiros meses de 2021, frente a primeira metade do ano passado. Na comparação com o primeiro semestre de 2019, houve um aumento de 8,1%.
“O carro-chefe é o agronegócio, mas também está havendo uma tendência muito forte de crescimento do transporte de produto industrializado, de carga seca no Brasil, diante de toda a transformação do consumidor neste momento [de pandemia], com o e-commerce, a venda online, o delivery”, afirmou o presidente da Ipiranga, Marcelo Araújo, em evento on-line, este mês.
A previsão da distribuidora é de que as vendas do diesel podem crescer até 8% este ano, na comparação com 2019. Araújo disse que a empresa reviu recentemente as suas projeções para 2021 e está mais otimista com o mercado brasileiro. A companhia estima um crescimento de cerca de 1% no consumo de combustíveis, no país, em relação a 2019, num movimento puxado justamente pelo diesel.
Segundo produto mais vendido nos postos brasileiros, a gasolina registrou, no primeiro semestre, um aumento de 8% em relação a igual período do ano passado. As vendas, porém, ainda não retomaram os patamares pré-covid. Em relação aos seis primeiros meses de 2019, o mercado doméstico acumula em 2021 uma baixa de 3,9% na comercialização do combustível.
A mesma tendência é observada na venda do etanol hidratado - que, assim como a gasolina, é fortemente associado ao comportamento de consumo das famílias brasileiras. O consumo do biocombustível subiu 2,7% ante janeiro e junho de 2020, mas acumulou no primeiro semestre de 2021 uma retração de 14,5% em relação à primeira metade de 2019.
Outro derivado muito ligado ao consumo das famílias, o gás liquefeito de petróleo (GLP), conhecido como “gás de cozinha”, se manteve relativamente estável na comparação com o primeiro semestre de 2020, com uma ligeira alta de 0,3%. Ante os seis primeiros meses de 2019, a alta é de 4,3%. Os números do mercado de GLP têm sido positivamente impactados pelas medidas de isolamento social na pandemia, já que se trata de um combustível massivamente usado nas residências, para fins de cocção.
A ANP contabiliza ainda uma alta de 50,7% nas vendas de óleo combustível entre janeiro e junho de 2021, ante igual período de 2020, e de 39,3% frente a primeira metade de 2019. O aumento é justificado pelo maior despacho das termelétricas no país, para fazer frente a crise hídrica.
O setor aéreo, por outro lado, ainda está longe da recuperação. O consumo de QAV caiu 6,2% no primeiro semestre, ante igual período de 2020 - os números do ano passado são maiores porque incorporam os volumes do primeiro bimestre, período anterior à contração das atividades do setor aéreo. Na comparação com o primeiro semestre de 2019,  houve uma queda de 47,3% nas vendas este ano.
 

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